Imprensa

15.07.2024

Fundação Seade divulga projeções do PIB paulista para 2024

Dados da Fundação Seade revelam as projeções do PIB paulista em 2024, atualizadas para mínima de 1,7%, média de 2,0% e máxima de 2,4%. Já para o conjunto da economia brasileira, são projetadas mínima de 1,9%, média de 2,2% e máxima de 2,5%.

As previsões tomaram como base, entre outros indicadores, o resultado do PIB do Estado de São Paulo, que avançou 0,8% em abril na comparação com março, com ajuste sazonal. Considerando a mesma base de comparação, houve crescimento em todos os setores, com taxas de 0,6% na agropecuária, 0,8% na indústria e 0,6% nos serviços.

Em relação a abril de 2023, a taxa foi de 6,1%, com crescimento de 4,0% na agropecuária, 9,6% na indústria e 4,3% nos serviços. Em termos anuais, o PIB do Estado de São Paulo aumentou 1,2%, o melhor resultado de 2024, dando sinais de reversão do processo de desaceleração iniciado em 2023. Nessa base de comparação, foi registrada expansão em setores como agropecuária (1,6%), indústria (0,8%) e  serviços (1,3%).

Outros indicadores

Outros indicadores parecem confirmar tanto essa capacidade de reação, como as limitações impostas pelo ambiente mencionado. O mercado de trabalho continua com sinais positivos, segundo dados do Caged, confirmando o aumento no emprego formal no estado de São Paulo. Entre março e abril deste ano, foi registrada taxa de 0,5%, um acréscimo líquido de 76,3 mil trabalhadores. No acumulado de 12 meses, houve aumento de 3,5%, com saldo positivo de 476,9 mil contratações.

O comércio exterior paulista também continua apresentando resultados favoráveis. Considerando-se o acumulado entre janeiro e maio de 2024, as exportações somaram US$ 30,9 bilhões, com expansão de 21,2% em relação ao mesmo período de 2023, ao mesmo tempo em que as importações recuaram 0,7%, resultando em um saldo positivo de US$ 900,0 milhões, acima do registrado para o mesmo período de 2023.

Entre março e abril, o volume de serviços cresceu 0,6%, com ajuste sazonal, assim como a taxa de produção industrial paulista, que apresentou aumento de 1,9% no mesmo período. Já as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 4,1%, descontada a sazonalidade.  A taxa anual teve nova desaceleração, chegando a 3,8%, sendo que, em fevereiro, estava em 5,4%, o que reflete não só um enfraquecimento do ritmo, como também uma base comparativa que começa a ficar mais elevada.

Cenário nacional e internacional

Ainda há que se levar em consideração alguns pontos que podem influenciar os resultados do PIB paulista em 2024, como as projeções para a evolução do PIB mundial que tem aumentado na medida em que as duas principais economias, EUA e China, têm demonstrado mais vigor do que se esperava.
 
No cenário nacional, a partir das projeções do Boletim Focus para a Selic e das taxas projetadas para o IPCA, teríamos os juros básicos, em termos reais, de 6,4%, em 2024, caminhando lentamente para 5,2%, em 2025, o que pode ser considerado uma limitação para a expansão mais acelerada do PIB nacional e paulista.

No plano interno, a decisão do Copom em manter a taxa Selic em 10,5% também coloca a perspectiva de manutenção de uma política monetária restritiva por um tempo longo. A política fiscal está diante de obstáculos para contrabalançar os efeitos da política de juros, aumentar os investimentos e manter um resultado primário entre 0 e 0,5% do PIB. Entre as pressões mais recentes, destaca-se o auxílio ao Rio Grande do Sul que, segundo algumas estimativas, demandará recursos federais entre R$ 70 e R$ 118 bilhões no período de um ano.
 
Outro aspecto relevante é o recente avanço do valor adicionado da indústria, com a taxa anual no campo positivo (0,8% em abril), o que não ocorria desde outubro de 2023. No que se refere à produção industrial, segmentos importantes apresentam melhora nas taxas anuais como a indústria alimentícia, que passou de 9,1% para 10,6% entre março e abril, ao mesmo tempo em  que máquinas e equipamentos e a indústria automobilística têm conseguido reduzir suas perdas.

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