Imprensa

12.07.2024

76% dos campineiros fazem compras on-line via apps de celular

Correio Popular – 12/07/2024

A utilização de aplicativos de celular/smartphone para compras on-line foi a forma mais utilizada por 76% dos consumidores de Campinas para adquirir produtos via internet, considerando o período de 2023 e 2024. O dado foi apurado pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) com base em uma pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), feita por amostragem via telefone e divulgada neste mês de julho. De acordo com a ACIC, 67% dos campineiros afirmaram em uma avaliação anterior que usavam aplicativos de celular para compras.

O estudo da Fundação Seade teve o objetivo de abordar os hábitos de consumo virtual da população em todo o Estado, com foco específico na utilização de aplicativos para aquisição de mercadorias ou contratação de serviços. Na pesquisa original, que não apresentou dados municipais, os resultados mostram que 49% dos paulistas do interior utilizam atualmente aplicativos para a aquisição de produtos e/ou serviços, enquanto o índice na Região Metropolitana de São Paulo é levemente mais elevado, 51%.

O Departamento de Economia da ACIC analisou e regionalizou os dados do estudo. Desde a pandemia da covid-19, houve o avanço da inovação tecnológica e da Inteligência Artificial, e o comércio eletrônico vem evoluindo rapidamente nesse quesito. Os especialistas afirmam que essa é uma ferramenta fundamental para o desempenho do segmento varejista mundial, aumentando as vendas e conquistando novos clientes, o que acabou acelerando novas tendências. Portanto, ainda segundo os responsáveis pelo Departamento de Economia da ACIC, os consumidores estão modificando a maneira de realizar as suas compras via comércio eletrônico, assim como o pagamento, priorizando a praticidade e rapidez.

FATORES

Economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas, Mário Eduardo Campos explicou que há uma tendência de crescimento nas vendas feitas em Campinas por meio de aplicativos de celular. “É algo que vem crescendo a cada dia. As pessoas estão cada vez mais confiantes e familiarizadas com esse tipo de transação. Principalmente depois da pandemia, quando todo mundo ficou em casa. Isso acabou se expandindo desde aquela época. Acredito que até mesmo as pessoas com mais dificuldade (tecnológica), como os mais idosos, acabam recorrendo a um filho, um neto, um amigo pra fazer essas compras on-line. Está ficando cada vez mais seguro, e normalmente os preços são menores do que as ofertas presenciais. Isso é um grande atrativo, mas lógico que precisamos tomar cuidado com ofertas muito mirabolantes, como em todo negócio”, explicou.

Ainda de acordo com o especialista, vários fatores têm contribuído para as mudanças do comportamento dos consumidores, e um deles é a importância da consciência ecológica, da sustentabilidade e a expectativa pela chegada de novas tecnologias. “Tivemos a pandemia, o receio de sair de casa e de estar em contato com as pessoas. A mudança de comportamento começou a partir daí. E também a facilidade e a questão de economia. Você compra o mesmo produto. O que vai fazer a diferença? O preço e a condição de entrega. O comércio eletrônico te permite fazer comparações mais rapidamente, além de facilitar a logística dos consumidores. Ainda considerando o atual momento de Campinas, podemos destacar a compra on-line de produtos da linha branca, além de eletroeletrônicos, como smartphones. Até alguns artigos de supermercado você também encontra em alta, devido ao conforto proporcionado ao usuário”, pontuou.

Por fim, o economista da ACIC destacou que diversas tendências tecnológicas estão ganhando força na atualidade. “O Mobile Commerce (M-Commerce), aparece como a mais forte, e as compras por smartphones estão ganhando espaço, mas vale ressaltar que a segurança de dados no varejo on-line passou a ser fundamental por parte dos consumidores, assim como das empresas. Tomem muito cuidado com o que pretende-se adquirir de forma virtual”, aconselhou.

HÁBITOS

Morador do bairro Vila Industrial em Campinas, Jorge Marcelo Gomes de Oliveira compra vários tipos de produto por meio de aplicativos de celular. Livros, revistas, produtos eletrônicos, microfone, fone de ouvido, além de itens que ele utiliza no dia a dia profissional. “Já comprei três celulares, tablet, entre outros tipos de itens. Eu gosto, porque é mais prático e confortável do que fazer compras presenciais. Alguns aplicativos de compras possuem pacotes que geram desconto em frete, então acaba valendo a pena”, comentou.

Ainda de acordo com Oliveira, apesar de existir uma facilidade nas aquisições online de produtos via aplicativo, alguns cuidados têm de ser feitos. “Hoje em dia as tecnologias são bem avançadas. Por exemplo, eu tenho um recurso de segurança no meu celular, mas sou muito desconfiado. Eu continuamente recebo ligações esquisitas por telefone. Na hora eu já bloqueio. Claro que pode acontecer golpes com qualquer pessoa, não tenha dúvida, mas eu fico muito atento.”

Angele Berdat, que vive no bairro Nova Campinas, adquire mais do que itens de tecnologia. Ela busca fazer compras de lanches e de supermercado via aplicativos, além de roupas e outros produtos pessoais. É algo que já acontece, na avaliação da entrevistada, há algum tempo. “É mais fácil e mais barato fazer compras via aplicativos. Além da comodidade de eu fazer a lista, o fato de representantes dos mercados pegarem os produtos, empacotaar, colocar em um veículo e me trazer em casa facilita muito. Eu perdia muito tempo com isso.”

Perguntada sobre os cuidados durante o momento das compras on-line, Angela Berdat se atenta a uma série de pontos, como a classificação das lojas em sites de avaliação e a porcentagem de vendas efetuadas. “Procuro informações que comprovem a existência das lojas, se as entregas são mesmo realizadas. E também evito cair em propagandas falsas, como uma geladeira nova sendo vendida por um valor muito baixo. O pagamento geralmente eu faço no cartão ou por Pix. Mas quando há a possibilidade de gerar boleto, eu faço. Coloco (o produto) no carrinho, crio o boleto e vejo se realmente eu preciso daquele produto ou não, pois, de forma geral, somos impulsivos.”